História

TÁA-HY, TAJAY... UM POUCO DE HISTÓRIA



Porta de entrada para uma das regiões mais prósperas do litoral catarinense, Itajaí surgiu como importante município do estado de Santa Catarina a partir de uma formação étnica diversificada. À cultura indígena, somaram-se as contribuições de imigrantes de diversas etnias. O próprio nome da cidade é herança dos tupi-guaranis: os índios chamaram de “Táahy”, “Tajay”, “Tajahug”, “Jatahy” e “Itajaí”, “rio das pedras”; outras fontes nos dão notícia de significado diverso: “rio dos taiás”, referindo-se a uma espécie de inhame abundante na região, batizando o curso natural que serpenteia todo o município.

TUDO COMEÇOU ASSIM



A ocupação das terras de Itajaí pelo homem branco se daria pela iniciativa particular de João Dias de Arzão, companheiro do fundador de São Francisco do Sul, Manuel Lourenço de Andrade, em 1658. João Dias de Arzão era paulista e sua família, há tempo, procurava minas de ouro e outros metais preciosos pelo interior do Brasil. Naquele ano, ele requereu e obteve uma sesmaria, às margens do Rio Itajaí-açu, em frente à foz do Rio Itajaí-mirim, e ali construiu moradia. Não tinha ele, porém, intenção de fundar uma póvoa, nem empreendeu meios para tal. Seu interesse maior era a cata de ouro, no que não obteve sucesso. Havia, ainda, naquela época grupos indígenas entre os quais os Botocudos, os Tapuias e Carijós que praticamente já estavam extintos na região; o homem branco já se fazia presente.

OS PRIMEIROS IMIGRANTES


Quase cem anos depois, em 1750, a chegada de imigrantes da Ilha da Madeira e Arquipélago dos Açores daria novo impulso à colonização portuguesa. Em 1777, a invasão de uma esquadra espanhola na Ilha do Desterro, atual Florianópolis, provocaria o êxodo de comunidades luso-açorianas para o norte da então Capitania de Santa Catarina. Durante todo o século XVIII, a grande atividade econômica desenvolvida nas terras do Itajaí foi a extração de madeira, isto ocasionando uma afluência de moradores, notadamente açorianos, muitos simples e posseiros, que foram se fixando por toda a região junto da foz do Rio Itajaí-açu. O povoamento da região, que também recebia colonos de outras comunidades do norte, resultaria na criação do Curato do Santíssimo Sacramento de Itajahy, por intermédio de Agostinho Alves Ramos, próspero comerciante português em Desterro em 31 de março de 1824. Em 1833, nasceu o Distrito de Itajaí que, mais tarde - em 15 de junho de 1860 -, alcançaria a condição de município. Ainda neste ano, já se encontram locados os primeiros colonos de origem germânica, os quais também influenciaram fortemente o desenvolvimento regional. Mais recentemente, imigrantes japoneses integram a rica miscigenação cultural deste importante município catarinense.

DA COLONIZAÇÃO A EMANCIPAÇÃO POLÍTICA



A história de Itajaí desenvolve-se às margens de seu rio maior. Ali, nas barrancas do Itajaí-açu, fixaram-se as primeiras famílias, instalaram-se os trapiches pesqueiros e construíram-se os atracadouros do porto de mercadorias. Por ali também chegaram os povos que colonizariam todo o Vale do Itajaí. Por essa estreita relação com o rio, o município herdou o nome e a possibilidade de fazer de suas águas um recurso para seu potencial econômico. Quando, em 1858, um grupo de destacados moradores encabeçou o movimento para a criação do município de Itajaí, Agostinho Alves Ramos não mais vivia. Morrera em 153 e fora sepultado no comércio da pequena povoação. A emancipação política foi uma luta gloriosa, pois houve cerrada oposição da Câmara Municipal de Porto Belo, quem a já Freguesia de Itajaí estava subordinada. A Assembleia Provincial de Santa Catarina, pela Resolução n° 464, de 4 de abril de 1859, criou o município de Itajaí, que só foi instalado em 15 de junho de 1860, com a posse dos primeiros vereadores: Joaquim Pereira Liberato (presidente), José Henrique Flores, Claudino José Francisco Pacheco, José da Silva Mafra, Francisco Antônio de Souza, Jacinto Zuzarte de Freitas e Manoel José Pereira Máximo.

Fonte: Prefeitura Municipal de Itajaí